quinta-feira, dezembro 16, 2004

som

Continua a tocar-me o ouvido repetidamente. Nem sempre dou conta de ela ser dita. Nem se pode afirmar que é dita. É libertada. Escorre naturalmente em sucessão. A maior parte do tempo estou num limbo, na eminência de adormecer. Sinto o corpo libertar peso, pressão. Deixo de sentir o corpo e de me concentrar em qualquer coisa. Praticamente esquecido, quase a flutuar, embora por vezes para me certificar que estou seguro, volte para sentir uma qualquer parte do corpo. É nessas alturas que volta a soar tenuamente a lengalenga, a palavra escorrega vezes sem conta, docemente. Faço por esquecê-la, afasto-a concentrando-me no vazio, aconchegando-me no silêncio, focando-me, introduzindo-me num qualquer ponto de mim. Numa qualquer altura a palavra apaga-se, dissolve-se no morno deleite do limbo e com sorte dá-se a queda no sono. Até amanhã.

2 comentários:

Anónimo disse...

Acho q estas noites de limbo acontecem por uma razao. Tens andado a esconder os teus talentos. Amei! Lembrou-me da conversa que tivemos. As noites de limbo vem quando o universo esta a espera que tu actues mas tu, como Jonas, escondes-te do mundo na barriga de um peixe. Nao te podes esconder para sempre!

search4me disse...

soube à partiada que tinhas algo... mas não deu para perceber o quê?!?
sabia que eras especial, mas desconhecia o porquê?!?!?
já descobri... és profundo...
não fales comigo... escreve!!! :)