quarta-feira, dezembro 15, 2004

memória

Estende-me a mão. Agora fecha os olhos. Concentra-te. Vamos recomeçar. Tu estás encharcado, na entrada do prédio. A iluminação na rua falhou e esporadicamente vê-se o clarão dos faróis de carros que passam. A rua está vazia. Não pára de chover. Tocaste à campaínha e pareceu-te que alguém levantou o intercomunicador sem falar. Perguntaste por ela? Não disseste nada? Porquê? Tiveste receio de alguma coisa? Ficaste à espera de uma reacção do outro lado? Quando percebeste que ninguém ia falar fizeste o quê? Então e alguém respondeu à segunda tentativa? Não compreendo. Abriram-te a porta sem verificarem de quem se tratava. Subiste as escadas ou no elevador? Sentiste algum movimento no prédio? Algum ruído? Ninguém a falar? Saíste do elevador, dirigiste-te à porta dela e estava aberta. Agora não percebo se entraste ou se voltaste atrás, porque não te decides. Viste ou não viste quem estava em casa? O que te aconteceu para não te lembrares de nada depois de veres a porta aberta? Não sentiste ninguém perto? Não ouviste passos? Não sabes como morreste?

3 comentários:

Anónimo disse...

A história até é engraçada... o artista até é um bom artista... eu é k não tenho estofo para a rapidez disto. Não dá para descrever o ambiente assim tipo... Eça de Queirós? Pronto esquece, assim é melhor.

Continua, cá estarei para ler o resto.

Anónimo disse...

As imagens estao fantasticas parece q estou a ler um argumento de filme, quase conseguo entrar no mundo dos personagens. Escreve mais!!!!

Anónimo disse...

Gostei desta hipnose pós-mortem.
Até breve.
RedBaron