sexta-feira, setembro 05, 2008

Eu, diabo

Encornei-o nas axilas mas sem o magoar e ainda assim ele guinchou como um porco espetado. Hás-de rebentar todo e inchar. Tenho o diabo na verga, penso, sem ao mesmo tempo achar que é despropositado o pensamento, que não sou de reflexões, ou que não deveria sê-lo porque a semente a espalhar é a do mal e não a da dúvida pois isso é acção de outros. Eu a pensar é que não vem nada a calhar que o outro precisa é de ser fodido como puta a ver se esta merda pega fogo e pouco falta que está aqui um calor dos infernos. E outro pensamento idiota. Que caralho, mas deu-me agora para estas fraquezas, com franqueza! Ainda me ponho doente como o outro e o que há a fazer ainda é muito que pouco podre anda tudo e para me pôr bom ainda tenho que enrabar estes cornudos de merda que só sabem é pedir e roubar e comer e mugir e rugir e gabar-se e conspurcar-se e devorar-se e pavornear-se e foder-se e foderem e foderem-se e mesmo assim ainda não se comeram todos uns aos outros para acabar com esta cambada de rotos de uma vez, mas nem isso valem, nem isso merecem e o castigo é que apodreçam na merda uns dos outros até o sempre e eu cá estou para ajudar a chafurdar. Cabrões… e como isso me faz feliz. Hei-de comer-vos todos e deixar-vos minguados e raquíticos esfomeados mais que se passassem fome, mais que se não tivessem nunca comido e deixar-vos a morrer sem que a morte tenha piedade e sem vos levar. Sem que vos tire das costas o peso das montanhas de estrume que andaram a fazer e a empilhar, alarvos toda a vida, a dejectar merda em cima dos outros, a estrangular e fazer tudo, todos, engolir a infectada esporra dos vossos nulos membros. Eu diabo, vou alimentar o vosso virús, a vossa praga, amontoá-la, multiplicá-la, avultá-la e foder-vos até que os obrigue a perceber que estão a comer o vosso próprio vómito, que vejam como pobres e miúdos são, até que abram os olhos e entendam que o inferno, comparado com o que edificaram, é um paraíso e que lá no inferno não vos quero. Até que ganhem vergonha e com isso sofram e nadem na porcaria que escolheram para vosso mundo. E nesse dia deixo-vos, que mal não haverá capaz de suplantar a consciente putrefacção em que se arrastarão. Mas não tenho tempo para isto, para reflectir, isto não é obra minha, a minha verga é o diabo. E não é vossa, como pensam e gritam vocês inchados de orgulho, seus anões imundos. Que a vocês nada tenho a dar, nada sou e como-vos não pelo prazer de carne, que não tenho, mas para me servir de perversão que é meu vício. Não falem de mim que vossas bocas asquerosas não são dignas de proferir meu nome. Vocês, menos que insectos, não terão mais que a minha contaminação e gravem em vossas cabeças que eu não estou ao vosso lado, eu não vos amo, eu vos desprezo, eu vos piso. Eu tenho uma verga do diabo, um membro malfeitor e ele expelindo-vos o mais hediondo mal, insemina bondade, comparado com o vocês fecundam.

1 comentário:

Anónimo disse...

Então, se procurar algo, não posso vir?
Não é razoável que estejas a zero desde 2004. Esta blogue não é suíço.
Faz bem à alma (?) ler o diabo em voz alta.
Sem pingo de amor, o que é o que jorra? Diz-me se souberes.