Oh diabo! Onde perdeste as botas?
Porque não consegues tornar-me um homem?
Tu, mosquito, onde besuntas as patas?
Quem é que me cheira hoje?
Quem é que me pica hoje?
Eu sou um espantalho, um cabide de pau.
Troco uma mão por sapatos
Tenho a cabeça de um calhau.
Oh gatuno, de quem tiraste a cara?
Porque não me roubas a mim?
Sou pelintra, sou arara, tenho os bolsos cheios de nada?
Eu sou uma cana, parafuso sem porca,
Um código numa única barra,
Sou um trapo sem tecido.
Oh Senhora, a quem pedi eu este zero?
Esta tola apatia?
Na minha terra há rei,
Que mesmo burro monta o poleiro.
Há juiz sem valores,
A pregar como martelo.
E eu, um bobo sem corte,
Sou o tolo do senhor.
Eu, o tolo do senhor.
Oh diabo, onde perdeste as botas?
Porquê ser homem, é tonto?
Diz Senhora, pariste quem, a mim, mais alguém?
Oh mosquito não tenho sangue?
Sou latão, sou palha?
Sou um degrau numa janela?
Sou o tolo do senhor.
Eu, o tolo do senhor.
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